domingo, 14 de novembro de 2010

Junk food

Sei que já andei falando sobre a alimentação durante o curso, mas acho que o assunto merece um post exclusivo. Antes de vir para cá, pensei que estes seriam os dois meses mais saudáveis da minha vida. Praticar yoga duas vezes por dia, não beber álcool (proibição imposta pelo Bikram) e comer comida saudável, ou seja, detox total! A prática de yoga aconteceu e estou seguindo a proibição de álcool (apesar de muuuuitas pessoas terem ignorado a "lei"), mas comida saudável não anda muito no meu cardápio, infelizmente...

Demos um baita azar com este hotel. É a primeira vez que o treinamento está sendo realizado aqui e possivelmente a última (segundo as palavras do próprio Bikram esta semana). Em todos os outros treinamentos, os alunos receberam um voucher de US$ 500 para comer e os respectivos hotéis tinham vários buffets ou então existiam vários restaurantes bons e baratos nas proximidades (uma das minhas professoras em Londres, que teve a sorte de fazer o curso no Hawaí, disse que comia sushi barato todo dia...). Aqui estamos isolados em uma área em que só existem hotéis, na beira da estrada, onde um shopping com uma praça de alimentação limitadíssima é a única opção além da comida caríssima aqui do hotel (isso para as pessoas que não têm carro, como eu). O Bikram disse esta semana que uma das condições básicas em treinamentos é tratar bem seus alunos, ou seja, oferecer comida boa. Segundo ele, a direção do hotel é tão inflexível que proibiu qualquer tentativa deles de trazer comida de fora para cá e que no dia em que houve a pizza party na tenda os advogados dele tiveram de entrar em ação para entrarem com as pizzas na área do hotel!

Dito isto, todos estão se virando como podem para não gastar uma fortuna comendo no hotel e não perder meia hora para ir e vir do shopping durante os curtos intervalos que temos para tomar banho, comer e estudar. Nos dias de sorte, o Julien traz meu jantar (na quinta-feira comi um arroz e feijão campeão, com tilápia - diferente da nossa, delícia absoluta!!!) e meu café-da-manhã (pedaços de melancia, uvas e sanduíche de ovo frito com queijo). Porém, muitas vezes tenho de me contentar com a comida de microondas... Esta semana provei o Macaroni and Cheese do Trader Joe's (um supermercado natureba que existe nos EUA, onde todos os atendentes são extremamente gente boa). Muitas vezes esquento um saquinho de arroz Uncle Ben's e um pacote de lentilhas indianas. Também andei comendo as trash Cup Noodles para matar minha fome entre uma palestra e uma aula ou mesmo depois de uma noite longa na tenda, antes de dormir. De manhã, no meu café-da-manhã/almoço às vezes é sopa de lata, pão com queijo, uma garrafinha de frapuccino do Starbucks (sensacional, não sei por que não vendem isso na Inglaterra!), pêra, iogurte... Nada muito empolgante. Às vezes acho que o cardápio explica minha falta de fome. Não sinto mais prazer em comer, o que é algo bem triste - e quem me conhece sabe que isso é grave!

Como se não bastasse, nunca comi tanto junk food em tão poucas semanas! Já devo ter comido uns cinco McFish com batata-frita (a minha colega chinesa costuma ir ao McDonald's e é a única comida que eu posso pedir para ela trazer, porque dá até medo dos cadáveres que ela traz quando vai aos restaurantes chineses - e não é porque não como carne, não. O negócio é feio, fedido e ela come como se fosse um neandertal, deixando uns nacos de carne babada, cheia de gordura, no prato. Eca!!!). E já devo ter tomado umas seis Coca-Colas! Ou pior: Pepsis, porque o hotel só vende Pepsi! Acho que foi na terceira semana que senti um desejo incontrolável de tomar uma Coca estupidamente gelada! Acho que meu corpo estava pedindo açúcar, mas não costumo tomar nenhum refrigerante que não seja água tônica e guaraná (que tomo em pequenas quantidades, raramente)!

A minha sorte é que do jeito que estou exercitando meu corpo aqui, não deu tempo para o junk food virar quilo extra no meu corpo. Acho até que talvez tenha emagrecido um pouco. Aliás, falaram que é normal até engordar aqui, muitas vezes inchar de tanto líquido que se toma, mas garantiram que tudo volta ao normal quando saímos daqui.
Não sei, estou sentindo meu corpo diferente, mas as diferenças são muito mais internas do que externas. Estou me sentindo tão forte, tão cheia de energia! Acho que as aulas de anatomia ajudaram, mas a prática de yoga contínua também fez eu acordar e sentir vários músculos nos quais nunca pensei!

Enfim, estou um pouco decepcionada com a minha dieta, mas sei que isso é o que menos importa neste curso. O importante é que estou produzindo energia suficiente para manter meu corpo praticando yoga, assistindo a palestras, memorizar texto e dormindo menos horas do que o normal. Só torço para minha vontade de comer coisa gostosa voltar quando sair daqui e espero deixar de desejar Coca-cola. Se bem que acho que isso vai ser fácil quando eu puder voltar a tomar uma cervejinha gelada!!!

Esta é a típica cara de uma pessoa depois de praticar uma aula de Bikram
Yoga. Corpo cansado, suado, mas espírito pulando de felicidade! Esta aí
comigo é a Nicole, de Chicago, uma das pessoas das quais vou
sentir muita falta quando for embora...

4 comentários:

  1. Voce sem cerveja??? Perigo.. Quando sair dai vai as forras! saudades, beijos

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  2. Vem prá cá que faco um cuscus com legumes e peixe prá vc, aposto que o apetite volta! Bjo e muito legal vc ter conseguido o que conseguiu! Parabéns, Ani, sei que o curso ainda nao terminou, aber ich bin stolz au Dich :-) Quem dera eu ter sua forca de vontade e espírito! Continue assim! Bjo Ka

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  3. Pois é, Fe, e tenho a impressão que vou ficar tonta com uma cerveja, hahaha! Ká, quero esse cuzcuz agoooooraaaaa!!!!! E nem venha me falar de força de vontade e espírito, que sei que você também tem de sobra! ;-) Saudades de vocês!

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  4. até rolou uns frangos que eu to sabendo.

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