terça-feira, 26 de outubro de 2010

Descascando as camadas

Agora tenho Internet todo dia aqui no hotel, eeeebaaaa! É um provedor chamado Boingo, que aparentemente existe em aeroportos, hotéis e afins. 10 dólares por mês! Mas, como vocês perceberam, por enquanto minha Internet diária não se traduziu em mais posts, simplesmente por pura falta de tempo...

Ontem e hoje tivemos uma palestra com um cara chamado Jon Burras (ele tem um site, que possivelmente vou visitar apenas depois de sair daqui, já que aqui não tenho tempo para nada), sobre fascia e anatomia emocional, que foi altamente polêmica. Ele tem idéias que destroem todos os preconceitos que temos sobre anatomia humana e medicina ocidental.

Não vou resumir a palestra aqui, porque para entender os conceitos tivemos seis horas de palestra e se eu tentasse fazê-lo todos achariam que as idéias do Jon são simplesmente malucas e surreais demais. Mas confesso que após as três primeiras horas de palestra de ontem, muitos conceitos faziam sentido para mim.

O único conceito sobre o qual gostaria de escrever aqui é a explicação que ele deu para os ataques de choro e as dores inexplicáveis em várias partes do corpo que as pessoas estão tendo durante o curso. Ele diz que quando isso ocorre, estamos passando por uma "healing crisis" (seria uma "crise de cura", em português?). O corpo seria formado por camadas que contêm todas as suas experiências e traumas, desde que você nasceu. Conforme vivemos experiências novas, elas vão se acumulando nas camadas mais superiores, portanto as experiências e traumas de infância estariam lá embaixo, nas primeiras camadas. A prática de yoga, segundo ele, descasca estas camadas. E como aqui praticamos muita yoga, aceleramos o processo de descascar as camadas. É aí que aparece uma dor no tornozelo, possivelmente daquele acidente que você teve quando tinha 20  anos e não tratou direito e é aí que aparece uma crise de choro de algum episódio traumático que você teve e simplesmente conteve dentro de você.

Comecei a relacionar isso com as minhas crises de choro da semana passada e percebi que talvez eu não tenha chorado porque minha colega de quarto é uma mala. Acho que tinha muito choro represado aqui de traumas fortes que marcaram minha vida nos últimos anos. E que eu tinha de liberar.

A conclusão do Jon é: deixe as suas emoções saírem. Na nossa sociedade as regras são não chorar, não expressar suas emoções, aparentar sempre que está tudo bem na sua vida. E assim acabamos guardando muitas mágoas e tristezas que muitas vezes nos impedem a seguir em frente e ser felizes. Dói sentir dor e dói chorar. Mas precisamos aprender a "let go"...

E vambora que daqui a pouco me atraso para a aula da tarde!

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