sábado, 2 de outubro de 2010

Fim da segunda semana!

Como vocês já devem ter acompanhado, do ponto-de-vista físico esta semana foi mais difícil do que a primeira. Mesmo assim, ainda estou sem muitas dores pelo corpo, só meus músculos atrás das coxas estão reclamando um pouco, mas nada que algumas compressas de gelo e um pouco de descanso não melhorem!

A Mila e o Julien foram me visitar duas vezes esta semana, o que dá um certo conforto e força para seguir adiante, mas, por outro lado também é duro para mim vê-los tão pouco tempo. Porém, tenho meio sábado e todo domingo para tirar o atraso, mas agora tenho de dar uma estudada no diálogo também, porque agora que as "posture clinics" começaram preciso saber as primeiras cinco posições perfeitamente para semana que vem. Aí também começam as aulas de anatomia e vamos ter inclusive testes sobre o assunto.

Várias pessoas me perguntam como está a Mila na minha ausência. Ela está ótima, a impressão que me dá é que ela nem nota que não estou por perto! Acho que o Julien sente mais minha falta do que ela, principalmente porque eu não estou aqui para ajudá-lo a cuidar dela! :-) A Mila também começou a ir para uma creche duas vezes por semana e está AMANDO! Fiquei feliz com esta nova rotina, porque assim ela continua socializando com outras crianças e adultos, além de continuar ouvindo inglês. E o Julien tem um tempinho para ele!

E enquanto os dois estão aqui no apartamento, estou lá no hotel dividindo o quarto com a chinesa, a Kitty... Ela não é má pessoa, mas o fato é que a nossa cultura é muito diferente da deles, o que (ainda) não atrapalha o nosso relacionamento, mas o limita um pouco. Bom, acho que mesmo uma companheira de quarto com a mesma cultura seria um tanto quanto problemático, afinal, é alguém que você não conhece e não escolheu para dividir sua vida, mesmo que seja por apenas nove semanas. E a Kitty com certeza é melhor companhia do que muitas ocidentais que estão fazendo o curso! Só não entendo por quê ela não consegue entender o conceito de reciclagem e vivo tendo de tirar o lixo dela das latas do quarto para jogar no latão em frente à nossa tenda de yoga. Eu sei, são pequenas coisas, mas com a convivência elas adquirem mais importância!

Mais uma vez no fim desta semana a enfermeira do plantão disse que temos de nos alimentar melhor e repor os sais minerais (que eles chamam de electrolytes) perdidos durante as três horas (ou mais) diárias de suor intenso. Está duro comer direito durante a semana porque a tal "comida barata" que prometeram que o hotel nos ofereceria é extremamente cara! Uma pizza brotinho custa 15 dólares! Mais impostos! Tem um shopping center que fica a 15 minutos a pé do hotel, o que significa que só para ir e voltar você já perde meia hora preciosa que poderia usar para descansar ou praticar o diálogo. O resultado é muita gente comendo qualquer coisa, o que acaba não suprindo as necessidades do nosso corpo neste momento (diz a enfermeira que devemos tratar nosso corpo como o de um atleta agora, porque estamos fazendo imenso esforço físico, não apenas nas aulas, mas também nas inúmeras horas que ficamos sentados na cadeira ou no chão durante as palestras, as posture clinics e os filmes). A enfermeira disse inclusive que vegans deveriam tentar suspender as restrições durante o curso e retomá-las depois, porque todos precisam de muita proteína agora.

Sobre as noites curtas, muitas pessoas (especialmente parentes de alunos, como o caso da minha mãe e o namorado da mãe da minha colega inglesa, a Sophie) começaram a achar que estamos passando por uma lavagem cerebral. Tem um inglês do curso, o Fed, que inclusive entrou em uma paranóia de que estamos fazendo parte de um culto e que, aos poucos, estamos sendo "convertidos"...
Gente, é só yoga! É um treinamento puxado, como é uma aula de Bikram Yoga, e estamos sendo treinados para ser professores, para aguentar mais do que um aluno tem de suportar durante uma aula (o que não é pouco). Também acho que a restrição de sono não precisaria fazer parte disso tudo, mas estou aqui e se o curso exige isso é como o Bikram sempre diz: "No way out. My way or the highway." Ele é um cara cheio de energia, que só dorme cerca de duas horas por dia, e acha que as pessoas perdem grande parte da vida dormindo. Eu e acho que a maioria das pessoas deste planeta discordamos disso, mas quem dá o curso, que já formou 8 mil professores - dos quais a maioria ama o que faz - é o Bikram e se tem de ser assim, não tem outro jeito.

E lá vou eu para a terceira semana! Antes disso, um dia inteiro sem yoga para descansar todos os músculos, tendões e nervos e preparar o corpo para mais 11 aulas de yoga! Ah, e as próximas duas semanas serão sem o Bikram, portanto nos prometeram que seríamos liberados todas as noites no máximo à meia-noite!

Esta aqui (e lá em cima na primeira foto também)é Emmy Cleaves, a professora que tivemos a honra de ter durante a semana todinha conosco (parece que ela nunca passou tanto tempo em um curso, costuma ficar apenas três dias)! Não sei a idade exata dela, mas tem mais de 80 anos, e nasceu na Látvia, foi separada da mãe e veio parar refugiada nos Estados Unidos depois da guerra. A mulher não teve uma vida fácil, perdeu o único filho, separou-se do primeiro marido, casou novamente e pratica yoga há mais de 40 anos (começou a Bikram há 37). Pratica a série avançada, com cerca de 80 posições, três vezes por semana e dá aula nos outros dois dias. Aprendi muito, muito com ela e espero envelhecer assim, com muita saúde, energia e fazendo algo que me dá prazer!

3 comentários:

  1. boa semana!!!! Keep your feet together and go!

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  2. Essa convivência com pessoas totalmente diferentes da gente muitas vezes nos angustiam mas acabam nos ensinando um bocado de coisas como exercer a nossa tolerância, por exemplo. Nem sempre é fácil, tenho certeza. Bjs

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  3. Você tem toda razão, Mariza! É bom olhar para a experiência como um exercício de tolerância! Obrigada pela força!

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